terça-feira, 29 de novembro de 2016

Replanejar Agora!













Arrumar a Escola antes das férias

No final de ano, é necessário deixar a escola arrumada. Todos os documentos devem ficar em ordem e os armários e salas de aula prontos para receber as próximas turmas
Estamos iniciando o mês de dezembro e, nessa época, sempre oriento os professores sobre como devem encerrar o ano. Desta vez, resolvi fazer isso por escrito, falando sobre quais documentos precisam ser entregues e como deixar em ordem todos os armários e salas de aula.
Abaixo, vou descrever para vocês o que julguei necessário pedir a eles que fizessem.
Documentos
Pedi para os docentes da minha escola entregarem até o último dia letivo os seguintes documentos:
  • Cadernetas devidamente preenchidas
  • Fichas de avaliações dos alunos
  • Trabalhos de compensação de ausências
  • Registros da recuperação contínua
  • Portfólio da classe
Quando recebo esses papéis, encaminho fichas e trabalhos de compensação de ausência para a secretaria, pois devem ficar no prontuário do aluno. As cadernetas, depois de vistadas, vão para o almoxarifado, e os registros da recuperação e os portfólios ficam na minha sala. Os portfólios serão entregues para os professores do próximo ano, para que tenham conhecimento do que cada aluno já atingiu em termos de expectativas para o ano/série.
Armários
No início deste ano, entreguei para os professores uma lista do que havia no armário de cada um deles. Entre os materiais que seriam utilizados ao longo dos meses, estavam livros didáticos, dicionários e acervos de literatura infantil. Agora, em dezembro, pedi que conferissem tudo o que foi entregue no começo e me devolvessem a lista para eu poder fazer o controle dos materiais. Assim, eu posso saber o que será necessário repor ou não.
Solicitei também que deixassem nos armários somente os livros didáticos organizados por disciplina e os materiais que o professor do próximo ano poderá utilizar. Os objetos e documentos pessoais devem ser levados embora, pois não quer dizer que a sala ocupada este ano por um determinado professor seja a mesma no próximo.
Alguns ítens que considero importante fazer antes de aproveitar as férias:
  • Deixar meu portfólio de reuniões pedagógicas atualizado e organizado. Afinal de contas, no próximo ano, posso recorrer a ele quando for necessário.
  • Verificar se os registros (pautas e listas de presenças) das reuniões de formação estão organizados.
  • Separar os materiais, como textos e livros, que utilizei nas formações. Sempre retorno a eles para relembrar o que foi trabalhado em determinado tema.
  • Organizar meus arquivos das formações que recebi na Diretoria de Ensino. Neste ano, também preciso organizar os materiais do Pnaic.
  • Organizar o arquivo pedagógico (documentos particulares do coordenador, como registros de uma conversa com os pais de um aluno ou o acompanhamento que uma criança faz com o psicólogo)
  • Deixar meus armários limpos e arrumados., para dar a sensação de recomeço no ano novo.
  • Fazer cópia dos arquivos do meu computador em um pendrive para que eu não corra o risco de perdê-los até o ano que vem.
Além de organizar meus documentos e minha sala, também faço uma autoavalição. Ela consiste em retomar o meu plano de trabalho proposto no início do ano e verificar se os objetivos e metas propostas foram atingidos.

Missão da Escola



Pertencemos a uma sociedade capitalista, competitiva, baseada em ações e resultados. Por isso, é necessário construir uma sociedade libertadora, crítica, reflexiva, democrática, integradora  e que seja fruto de relações saudáveis entre as pessoas, caracterizada pela interação das diversas culturas em que cada cidadão consolide a própria existência e a existência do coletivo, por meio de um movimento dialético que vai do individual para o social e vice-versa.

Assim, a missão desta escola é preparar e ver o aluno como um ser que precisa  aprender a construir os conhecimentos nas relações com o outro e com o seu entorno. Estamos imersos numa rede de aprendizagem coletiva em que todos os envolvidos vivem num processo contínuo de construção do conhecimento e são responsáveis por esse  conhecimento. A missão da rede de ensino destaca o processo percorrido pelo aluno, mas não desconsidera todos os sujeitos e as condições necessárias para a produção coletiva desse conhecimento. Para isso, todos os profissionais da educação envolvidos no processo de ensino e aprendizagem, devem ter atitudes positivas e adequadas,  oferecendo uma educação que considere o aluno como ser pensante, atuante e capaz de participar ativamente dos processos pedagógicos no âmbito da escola e fora dela.

É de Jean Piaget a ideia de que o aprendizado é construído, e é a teoria desse pensador que inaugura a corrente construtivista, na qual o conhecimento se dá por descobertas que a própria criança faz. Para que essa concepção se consolide, é importante “proporcionar  aos alunos condições de aprender a  construir seus conhecimentos com a mediação de todos os envolvidos”.

Outra fundamentação teórica para consolidar essa perspectiva da missão da rede parte dos estudos de Lev Vygotsky,  que faz uma reflexão sobre como o ser humano aprende. Nessa visão, o aluno chega ao conhecimento por meio da interação com o objeto a ser conhecido, no caso, o conteúdo a ser estudado. Nessa concepção, o aprendizado ser mediado e cabe à escola facilitar esse processo. O professor assume, nesse cenário educativo, a posição de mediador que apresenta desafios reais e orienta o aluno a buscar estratégias e soluções o tempo inteiro, tornando-se, dessa forma, o sujeito da própria aprendizagem. O erro nessa concepção é entendido como parte do percurso do aluno na construção do conhecimento, podendo refletir sobre o seu próprio processo. A aprendizagem é conquistada em atos contínuos, com níveis cada vez mais sofisticados e complexos. 

mediação do professor precisa ser planejada e intencional, apresentar boas perguntas, bons desafios e  situações problemas, que na concepção dessa rede são molas propulsoras para a construção de aprendizagens significativas. Quando os saberes são considerados e os alunos são convidados a participarem de forma atuante, tendo oportunidade de expressar suas opiniões, de buscar soluções para resolver os desafios, cria-se, na sala de aula, uma atmosfera propícia para que o aluno se sinta respeitado como um indivíduo de direito e não receba respostas prontas. Quando isso acontece, a capacidade dos alunos de construir  seus conhecimentos e de participar ativamente do processo é valorizada.

A mediação também se dá na organização do espaço e de materiais: de acordo com Henri Wallon, as emoções dependem, fundamentalmente, da organização dos espaços para se manifestarem. A motricidade, portanto, tem caráter pedagógico tanto pela qualidade do gesto e do movimento, quanto por sua representação. Nessa concepção, os espaços precisam ser planejados de forma intencional com materiais que vão ao encontro das necessidades de aprendizagem de cada faixa etária, numa atividade lúdica e pedagógica. O espaço também precisa promover a mobilidade, adaptado para que as crianças possam se movimentar com autonomia. Segundo as ideias de Wallon, a organização dos espaços precisa promover a fluidez das emoções e do pensamento, tão necessários para o desenvolvimento completo do ser humano, quando considerado com um ser global. A afetividade, as emoções, o movimento e o espaço físico se encontram num mesmo patamar. Asemoções, fundamental no desenvolvimento do ser humano, é a expressão dos desejos e vontades do aluno e neste sentido é fundamental que a escola ofereça formação integral, ou seja, intelectual, social e afetiva. Ressaltamos que, conforme Wallon afirma, na sala de aula e dentro da sala de aula, não deve estar apenas o corpo da criança, mas também suas emoções, sentimentos e sensações. A educação proposta nesta rede, considera o desenvolvimento intelectual do aluno dentro de uma cultura mais humanizada.

Isso não significa que a importância do currículo ou dos saberes do educador seja reduzida. Para John Dewey, (Nova Escola, 2008) o professor deve apresentar os conteúdos escolares na forma de questões ou problemas e jamais dar de antemão respostas ou soluções prontas. Em lugar de começar com definições ou conceitos já elaborados, devem ser usados procedimentos que façam o aluno pensar, refletir e elaborar os próprios conceitos para depois confrontá-los com o conhecimento sistematizado. O princípio é que os alunos aprendam vivenciando situações práticas, associadas aos conteúdos ensinados. Situações estas que ganham destaque no currículo da rede municipal de ensino de Venda Nova do Imigrante, na qual os  alunos passam a ser estimulados a experimentar e pensar por si mesmos,propiciando-lhes a criação de procedimentos para a formulação de conceitos.

Assim, nossa rede de ensino concebe uma prática baseada na liberdade do aluno para elaborar as próprias certezas e construir os próprios conhecimentos, “...para conviver e atuar criticamente na sociedade dentro dos princípios de respeito e solidariedade”.Na visão deweyana, a educação é uma constante reconstrução de experiências, de forma a atribuir-lhe cada vez mais sentido e habilitar as novas gerações a responderem dignamente aos desafios da sociedade; afinal, as crianças não estão em determinado momento sendo preparadas para a vida e, em outro, vivendo. Educar, portanto, é mais do que transmitir ou reproduzir conhecimentos, é incentivar a busca desses conhecimentos e despertar no aluno o desejo de desenvolvimento contínuo, preparando-os como pessoas que se posicionarão de forma competente perante as injustiças na busca pelo bem de todos.

As ações realizadas na escola devem ir aos poucos imprimindo uma consciência de participação efetiva na comunidade, desenvolvendo o espírito do voluntariado, o senso de pesquisador, a coragem de expor as suas próprias ideias, saber ouvir e ser ouvido, respeitar opiniões, saber que pode opinar e posicionar-se. Os meninos e as meninas que passam por todas essas experiências no âmbito da escola e da sala de aula serão cada vez mais atuantes na sociedade onde vivem, posicionando-se com responsabilidade diante dos fatos e das questões cotidianas que lhes são apresentadas.

A rede municipal de ensino de Venda Nova do Imigrante busca aliar os conhecimentos científicos à vivência das crianças e dos adolescentes, considerando suas capacidades, habilidades e interesses, na construção de saberes que, mediados, se constituam em mecanismos críticos de atuação na sociedade.

Nesta perspectiva, nossa concepção de educação fundamenta-se em uma visão construtivista-sócio-interacionista, que parte do pressuposto que a criança/adolescente constrói seu conhecimento a medida em que interage com o meio em que vive e com as pessoas que fazem parte deste meio. Neste enfoque concebemos o aluno como um ser inquieto, sempre em busca de respostas e neste paradigma o professor assume um papel fundamental: de mediador do processo de ensino e aprendizagem. O professor proporciona os desafios aos alunos, para que eles encontrem as respostas as suas inquietações e dúvidas, neste sentido permite que o aluno construa realmente seu conhecimento, desenvolvendo competências e habilidades fundamentais para vivenciar este percurso.

Considera-se que essa seja a perspectiva de formar cidadãos que, independentemente, da cultura, escolaridade, e do nível socioeconômico, possam viver e conviver, comungando a igualdade de direitos e os princípios do respeito e da solidariedade nas diferenças.

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

PROGRAMAS FEDERAIS - ADESÃO

NÚCLEO PEDAGÓGICO
Assunto 1: Programa Novo Mais Educação Informamos às unidades escolares que o Programa Novo Mais Educação está aberto para a adesão na plataforma PDDE Interativo até 18/11/2016
Segundo a Resolução nº 5, de 25/10/16, poderão participar, prioritariamente, as escolas que já receberam recurso na conta PDDE integral entre 2014 - 2016 e aquelas que apresentam índice socioeconômico baixo, segundo a classificação do INEP.
 As unidades escolares indicadas e que optarem pela não participação dos Programas, devem elaborar uma ata de reunião do Conselho/APM com os motivos que fundamentam a não adesão e encaminhar à Diretoria de Ensino até 25/11/2016. 
Segue abaixo a lista das escolas consideradas aptas para adesão e outros documentos orientadores:

Assunto 2: Programa Ensino Médio Inovador - PROEMI
Informamos às unidades escolares que o Programa Ensino Médio Inovador – PROEMI está em fase de adesão na plataforma PDDE Interativo. 

A data prazo estipulada pelo MEC é 18/11/2016
Segundo a Resolução nº 4, de 25/10/16, poderão participar, prioritariamente, as escolas que já receberam recurso na conta PDDE Qualidade em 2014 e aquelas que apresentam índice socioeconômico baixo, segundo a classificação do INEP. As unidades escolares indicadas e que optarem pela não participação dos Programas, devem elaborar uma ata de reunião do Conselho/APM com os motivos que fundamentam a não adesão e encaminhar à Diretoria de Ensino até 25/11/2016. 
Segue abaixo a lista das escolas consideradas aptas para adesão e outros documentos orientadores:

sábado, 5 de novembro de 2016

Ensino Híbrido: Professor - Vídeo 3_3

Ensino Híbrido: Professor - Vídeo 2_3

Ensino Híbrido: Professor Vídeo 1_3

Prof Izabel de Souza conta sua experiência com a Khan Academy na escola

Curso Gestão de Sala de Aula para professores

Depoimento Ensino Híbrido

Ensino Híbrido EMEF Homera

EMEF HOMERA - Ensino Híbrido

Objetivo Sorocaba | Ensino Híbrido

Explicar muito atrapalha aprender!

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

PERSONALIZANDO O ENSINO

PARA APRENDER MAIS

PROTOCOLOS DE ACOMPANHAMENTO



EH SEM TECNOLOGIA?

ENSINO ADAPTATIVO

SALA DE AULA INVERTIDA

FORMAÇÃO DOCENTE

A formação de professores para o uso da tecnologia é tão ou mais importante do que ter as melhores ferramentas do mercado. Uma lousa digital, se usada para transmitir conhecimento sem promover interação ou debate, não representa realmente uma inovação. É preciso que os profissionais da escola estejam familiarizados com a tecnologia, suas possibilidades e sejam capazes de discernir quando e como ela vai acrescentar à rotina escolas – isso em qualquer círculo, seja com foco na sala de aula ou no trabalho da gestão.
É justamente a importância da formação de professores que aparece como um dos eixos centrais da Bett Brasil Educar 2016, que acontece em São Paulo nos dias 18, 19 e 20 de maio. Dentre os painéis sobre o tema estão “O potencial transformador de um professor” e “Como Utilizar Materiais Didáticos Digitais e Planejar Uma Aula Mais Interativa e Criativa?”, ambos na quarta-feira, primeiro dia de evento. Você confere a programação completa aqui.
A Geekie também estará na Bett, apresentando nossas soluções de aprendizagem adaptativa que já são usadas por centenas de escolas em todo o Brasil. Enquanto o dia não chega, selecionamos sete oportunidades para educadores que querem investir em sua formação continuada, seja com cursos, vídeos ou fóruns de discussão. São conteúdos online ou presenciais, pagos ou gratuitos, para que cada um encontre o formato de estudos ideal e potencialize o uso de tecnologia na sua escola. Confira:

FORMAÇÃO EM ENSINO HÍBRIDO COM A FUNDAÇÃO LEMANN

Em parceria com o Instituto Península, a Fundação Lemann oferece o curso Ensino Híbrido: Personalização e tecnologia na educação disponível em dois formatos: online e em livro. Ambos abordam todos os aspectos da integração da tecnologia na escola, desde a otimização dos espaços até até verificações de aprendizagem. O curso aberto, online e gratuito tem 40 horas de duração, distribuídas entre videoaulas, quizzes, fóruns de discussão e avaliação; há, também, uma opção de curso de 80 horas que oferece certificado.

CURSOS GRATUITOS NA UNESP ABERTA

A Universidade Estadual Paulista mantém o portal Unesp Aberta, um ambiente online de aprendizagem. Há cursos de diversas áreas, incluindo muitos relacionados à tecnologia na educação. Outros temas envolvem desde a História da Educação até o ensino de disciplinas específicas, como artes, geografia ou inglês. Todos os cursos são gratuitos e realizados à distância, mas não há emissão de certificado.

ENSINO À DISTÂNCIA PELO INSTITUTO SINGULARIDADES

O Instituto Singularidades é referência na formação continuada de professores. tem cursos de graduação, pós-graduação e extensão somente na área de pedagogia. No último grupo estão os cursos à distância, com carga horária de 80 horas. Destacamos o Ensino Híbrido: Personalização e Tecnologia na Educação e Gestão 3.0: práticas para uma boa liderança escolar no século XXI. Todos os cursos são pagos.

TUTORIAIS SOBRE APRENDIZAGEM ADAPTATIVA NA UNIVERSIDADE GEEKIE

Universidade Geekie é uma plataforma online de treinamentos para os educadores que utilizam nossas soluções: o Geekie Lab e o Geekie Teste. O curso Conheça Melhor a Geekie é gratuito e aberto a todos que tenham interesse em conhecer as plataformas de aprendizagem adaptativa e avaliações. É o mais indicado para gestores, coordenadores e professores que estejam considerando a tecnologia para sua escola, mas ainda precisam de mais informações antes da tomada de decisão. Um segundo curso, chamado Tudo o que você precisa saber sobre Geekie Lab, é oferecido para as escolas parceiras para auxiliar na implementação da ferramenta.

TRILHAS DE APRENDIZAGEM NA PROGRAMAÊ

O Programaê é uma iniciativa para promover o ensino de programação e o movimento maker (um “faça você mesmo” apoiado pela tecnologia) entre educadores. O portal oferece artigos, vídeos e trilhas de aprendizagem, além de estar desenvolvendo, no momento, a primeira edição do Programaê Makers Educa. Nesse programa, professores, pesquisadores, artistas ou empreendedores são selecionados para desenvolver ideias inovadoras com ajuda de mentores.

AULAS DO MUNDO TODO COM O COURSERA

Se você ainda não conhece o Coursera, corra para participar. A plataforma é a maior do mundo a oferecer cursos online através de parcerias com universidades e organizações ao redor do globo. Há opções gratuitas e pagas sobre os mais diversos temas, inclusive educação – mas atenção: a maioria dos conteúdos está disponível em inglês. Porém, com a popularização do site, aulas em espanhol e português já começaram a fazer parte do acervo.

CONTEÚDO INOVADOR NO INFOGEEKIE

Além dos conteúdos do nosso portal, a Geekie realiza, quinzenalmente, bate-papos online sobre tecnologia, inovação e gestão escolar. Todos os encontros são gratuitos e os participantes podem interagir com os convidados enviando perguntas para serem respondidas em tempo real. O link da conversa também é disponibilizado sem qualquer custo para todos os inscritos. Outra oportunidade de formação é fazer o download dos ebooks da Geekie – conheça-os aqui.
Gostou da seleção? Não esqueça de se inscrever na Bett Brasil Educar 2016 para conferir os painéis sobre formação de professores. A Geekie também vai estar por lá para falar sobre aprendizagem adaptativa, avaliação e Hora do ENEM – não deixe de visitar nosso estande!

EU, PROFESSOR!

Se você é ou deseja ser um educador, peço que leia com ouvidos, mente e coração abertos – com certeza, em algum dos momentos abaixo, você vai se encontrar:
  1. Você, professor, vai descobrir que tem mais força (física e psicológica) do que pensa;
  2. Seus colegas vão conhecer você melhor do que seus familiares (assim como você os conhecerá!);
  3. Você descobrirá que pode ser um(a) ótimo(a) pai/mãe (ou terá pavor da ideia!);
  4. Você, professor, descobrirá que o dia não tem apenas 24 horas… Mas, mesmo assim, sempre será pouco tempo para tudo o que precisa terminar;
  5. Você vai ver que o limite entre casa e trabalho é uma linha muito tênue e que, em muitas vezes, ele nem existe;
  6. Você vai passar a ser frequentador assíduo dos fast-foods entre os horários de troca de turnos;
  7. Você, professor, verá que ter apenas um emprego é para os fracos. E se orgulhará disso…
  8. Ainda que você conheça muitas pessoas novas a cada ano, vai decorar cada um de seus nomes por meses a fio, e, quando bater o olho naquele aluno, vai se lembrar dele instantaneamente;
  9. Você perceberá que seu corpo é geneticamente adaptado para funcionar horas seguidas sem longos períodos de repouso;
  10. Você se surpreenderá ao entrar em férias e, após 10 dias, ter vontade de voltar às aulas;
  11. Você, professor, vai virar o guru da família e o exemplo dos pais e avós;
  12. Você descobrirá duas realidades: quando tiver muito tempo livre, não terá muito dinheiro para gastar. Quando ganhar muito, não terá muito tempo para gastar;
  13. Você verá que feriados são, na verdade, eufemismos: sempre há uma pilha de provas que o aguarda no porta-malas;
  14. Você vai ter dois tipos de amigos: aqueles que são da sua área (com os quais você sempre falará dos alunos) e aqueles que não são (mas, mesmo assim, você vai incluir seus alunos nas conversas);
  15. Você será muito cobrado por resultados que nem sempre dependem de você. Caso ocorram, nem sempre o mérito é seu. Caso não ocorram, quase sempre a culpa será sua;
  16. Você aprenderá a ser humilde: o melhor elogio será a falta de crítica;
  17. Além disso, professor, você desenvolverá pernas fortes;
  18. Você provavelmente vai sofrer com insônia, que piorará com o passar dos anos;
  19. Você passará a falar alto, mesmo em momentos de silêncio absoluto;
  20. Você irá viver grandes dicotomias em sua vida, afinal, é normal que crie laços com aquelas pessoas que deveriam estar somente no campo profissional;
  21. Há grandes chances de que você, professor, se case com outro professor (outras pessoas não costumam nos tolerar);
  22. Você se tornará um ser imune a coisas que naturalmente debilitam seres humanos comuns, como o estresse e doenças contagiosas;
  23. Você se tornará uma criatura extremamente tolerante e aberta à diversidade, já que conhece diversos estilos de música, penteados, roupas e comportamentos sociais;
  24. Você verá que o ano se divide em três etapas: início (empolgação), meio (cansaço) e fim (exaustão). E aprenderá a lidar com isso;
  25. Você se tornará uma pessoa muito pontual e vai achar que atrasos, por menores que sejam, causam muito estrago;
  26. Você terá filhos preparados para a vida, já que dificilmente serão mimados por você (ou mesmo criados, dependendo do tempo);
  27. Você vai aprender na prática o significado da palavra “urgente”;
  28. Você aprenderá a respeitar hierarquias como ninguém, mesmo que nem sempre concorde com elas;
  29. Você concluirá que orgulho e vaidade são descartáveis se comparadas ao conhecimento;
  30. Você aprenderá a ser mais contido em seus gastos (quer queira, quer não);
  31. Você aprenderá a lidar com tecnologia (mais uma vez: quer queira, quer não);
  32. Você deixará de ser tímido;
  33. Você será o ídolo daquele parente “concurseiro”, ainda mais se for professor de Língua Portuguesa ou Matemática;
  34. Você terá dois períodos de férias por ano, o que causará inveja em muita gente;
  35. Você vai observar pessoas presas em escritórios e a rotinas maçantes, sabendo que nada disso fará parte de sua rotina. Aliás, você não terá “rotina”;
  36. Você, professor, não será uma vítima constante de crises ou ondas de desemprego. E, ainda que perca seu emprego, recolocar-se no mercado de trabalho não irá requerer tanto tempo ou esforço;
  37. Você nem sempre será recompensado como desejaria, mas será mais admirado do que poderia imaginar;
  38. Anonimato? Você nunca será anônimo! Muitos o reconhecerão após poucos anos de trabalho e, não importa aonde for, vai encontrar alguém que o conhece;
  39. Professor, você se tornará criativo. E disso dependerá sua sobrevivência;
  40. Se, após a leitura desse texto, você houver se identificado com ao menos uma característica, o vírus da sala de aula já está em seu sangue – será quase impossível fugir da Educação e suas delícias.
Apesar de nossa carreira possuir tantos percalços e pormenores, é algo pelo qual sou realmente apaixonado. E sei que, entre vocês, há outros tantos professores como eu, sempre ávidos e prontos para abraçar o mundo de seus alunos e suas famílias, suas dificuldades, suas alegrias e tristezas. Dentro desse caldeirão de emoções, expectativas, dúvidas e decisões estamos nós, quase que imbatíveis, na luta diária de uma profissão que, apesar de parecer ter pouco valor para alguns, é de grande valor para nós. 

INOVANDO NA SALA DE AULA

Antes, eram aulas e aulas, duas provas no bimestre e uma reunião. Lá iam os alunos que ficariam para recuperação e outros, que seriam aprovados. Conselho de classe final e férias. Hoje, todos sabemos que a vida escolar não se resume mais a isso. Somos responsáveis por uma série infinita de outras coisas além da simples transmissão do conhecimento. Como o meio de ano está chegando e, consequentemente, o recesso, resolvi listar 5 pontos que considero ideais para um reinício glorioso, especialmente para aqueles com desejo de mudança. Vamos lá?

1 – USE NOVAS METODOLOGIAS!

Antes de me enveredar por aulas mais dinâmicas, vídeos, jogos, animações e tantas outras coisas que compõem o material que uso, relutei muito. Tinha receio de que não gostassem, de que não seria aprovado pela gestão e principalmente: vergonha! Morria de vergonha de expor meu trabalho mais íntimo (até hoje tenho um pouco disso), minhas ideias. Achava que tudo seria uma imensa bobagem e perda de tempo; que meus alunos achariam aquilo tudo infantil e ridículo. Como eu estava errado! Recentemente, passei a fazer minhas aulas de redação da seguinte maneira: todas as propostas que passo aos meus alunos, faço com eles em sala. Absolutamente igual! Qual foi minha surpresa quando ouvi pela primeira vez: “Olha! O professor sabe escrever!”. Nunca, em nenhuma hipótese, imaginei que os alunos iam reagir dessa forma. E eles estão adorando!
Não é preciso bolar coisas mirabolantes. Às vezes, soluções simples são as que mais causam impacto. Se for sua praia, busque por ferramentas tecnológicas que possam auxiliar no dia-a-dia. Por exemplo: o simples tradutor do Google, em sua versão sonora, me serviu como um excelente “ditador de ditados”. Como assim? Fácil! Selecionei palavras, criei um clima de silêncio mórbido e o tradutor do Google (e sua voz eletrônica) fez o serviço. Uma aula dinâmica, divertida e sem grandes esforços.

2 – SAIA MAIS DA SALA DE AULA!

200 dias numa sala quadrada, monótona e quente são um verdadeiro castigo! Pensando nisso, resolvi propor aos meus pupilos que fizéssemos mais uma atividade diferente: espalhei envelopes com conceitos gramaticais pela escola, montei um grupo no Whatsapp pra cada turma e ia passando as dicas, de forma a explorarem o espaço e descobrir o que acontecia. Ao fim, havia uma caixinha de chocolates escondida embaixo do bebedouro, mas para isso, teriam de saber o tipo de formação da palavra “bebedouro”, dentre outros conceitos. Deu um pouquinho de trabalho planejar, pensar e executar essas coisas, mas a satisfação de ver seus alunos animados, realizando algo por gosto, não tem igual. Noutra vez, pedi que fotografassem placas com erros pela escola afora, ruas e comércios. E, claro, fui com eles! Depois, usamos isso em sala. Foi muito divertido. Pensar em algo assim é extrapolar os limites físicos de sua sala e os ideológicos de sua aula. Ouse! Uma aula feita assim e você vai querer muitas outras!

“APROVEITANDO O SUCESSO DE “CAPITÃO AMÉRICA 3″, PROPUS UMA REDAÇÃO SOBRE O FILME. ALÉM DE EXTREMAMENTE EMPOLGANTE, DEU MARGEM PARA UM DEBATE MUITO PROFUNDO SOBRE CONTROLE DO ESTADO, DISCRIMINAÇÃO, LIBERDADE E OUTRAS COISAS”.

3 – USE E ABUSE DOS FILMES!

Quando eu fazia a finada oitava série, uma vez a professora de Literatura passou um “vídeo”: 9 semanas e ½ de amor. Pobre coitada… Aquilo custou seu emprego e quase todos os pais (inclusive o meu) taxaram a “aula com vídeo” como um fiasco, uma perda de tempo. Hoje, até por conta do You Tube, a coisa mudou muito de figura. Vagando por lá por 10 minutos, encontrei uma infinidade de vídeos sobre a Segunda Guerra (História); animações de cones, prismas e outros objetos (Geometria); um desenho animado do Pateta e a sequência de Fibonacci (Matemática); câmeras minúsculas viajando pelo corpo humano (Ciências); vídeos fantásticos do Street View, navegando pelas ruas de cidades do mundo todo (Geografia); reações em cadeia filmadas em super câmera lenta (Química), dentre várias outros vídeos fantásticos. Daria para viajar por esses vídeos por semanas. Ou seja: caso se queira ter um assunto/introdução diferente em toda aula, é totalmente possível, desde que bem planejado.
Aproveitando o sucesso de “Capitão América 3: Guerra Civil”, propus uma produção de texto dissertativo em que meus alunos tivessem de optar por um dos lados do conflito: time Capitão ou time Homem-de-Ferro. Não vou citar aqui o resultado (meu time foi vencido nos argumentos…), mas além de extremamente empolgante, deu margem para um debate muito profundo sobre controle do estado, discriminação, liberdade e outras coisas. Trouxemos bonequinhos pra representar a “plateia” e brindes. Alguns trouxeram camisetas, fizeram cartazes; enfim, foi contagiante. E isso tendo como base um filme de super-herói da Marvel.
Nem tudo que se passa em sala, se bem aproveitado, tem de ser necessariamente enfadonho ou restritamente “pedagógico”. Para que essas coisas funcionem, basta ter duas outras em mente: criatividade e vontade de fazer. De resto, tudo vai fluir bem. Confie!

4 – SEJA CRIATIVO 24 HORAS POR DIA!

No ano de 2013, em uma aula no nono ano, houve um episódio muito grave de discriminação. Em resumo: João (nome fictício) foi taxado de “viadinho”. Tomadas as providências, na outra semana eu levei uma coisa um tanto quanto “inapropriada” para a sala: um jogo do bicho! Levei as regras, cartelas, como funcionava e simulamos algumas rodadas, valendo pirulitos. Mas, o que isso tem a ver com meu conteúdo? Nada! Pelo menos não a grosso modo. Como havia ocorrido o episódio do “viadinho”, levei o jogo para explicar as origens do termo (explicando, além disso, que o veado é animal nº 24 na tabela do jogo). Por incrível que pareça, os alunos mandaram um sonoro “dããããããããã”; ou seja: não viram relação na palavra com seu uso. Acharam “nada a ver”. Daí, aproveitamos para explorar o quão sem nexo é rotular alguém de uma coisa em que eles não viam nenhum sentido. Depois daquele sermão da montanha que eu dei, houve uns minutos de silêncio enquanto copiavam o conteúdo.
O fato é que João nunca mais voltou a ser citado, nem o “viadinho”. Nossa relação (professor X turma), que já era boa, melhorou bastante. Não sei que fim levou João, ou qual era sua opção sexual. Isso nunca me coube nem caberia pensar, tampouco julgar. Questões polêmicas e típicas da adolescência não precisam (nem devem) ser tratadas com ignorância ou indelicadeza. E o jogo do bicho mostrou-se bem apropriado para a sala de aula (já que ainda aproveitei para mostrar que ele é uma contravenção). Basta uma pitada de carinho e criatividade (sempre ela) para vencer qualquer questão que apareça numa sala de aula.

5 – DESÇA DO TABLADO, FIQUE PRÓXIMO DOS ALUNOS!

Certa vez, dei aula durante 3 anos numa rede de escolas em que havia um imenso tablado. Uma espécie de palco em que subíamos, já que as turmas eram muito cheias, na média de 80 alunos. Aquilo me aterrorizava! Além de achar verdadeiramente muito alto (deveria ter uns 70cm), me causava estranheza, já que mantinha os alunos muito distantes. Inconformado com aquilo, passei a dar aula em círculo. Dava um trabalho gigante organizar todo mundo, mas, com o tempo e a rotina, tudo caminhou bem.
Embora muitos achem errado, a proximidade com seus alunos os torna mais íntimos. Isso facilita o aprendizado e a cobrança. Desde que estabelecidos no início, dificilmente um aluno irá transpor os limites do aceitável. Em minhas aulas, quando alguém extrapola, logo mando um: “Pô, cara! Logo você…” Aquilo dói neles! É uma espécie de chantagem emocional do bem, que funciona que é uma beleza! Não adianta pensar que a rispidez, a ignorância e o mau humor funcionam pra se educar. Por mais durões que pareçam ser, nossos alunos são apenas seres imersos numa fase angustiante e cheia de dúvidas, prontos e ávidos por atenção, controle e rumo.

“POR QUANTAS VEZES EU LIA ESSAS FALAS DE OUTROS PROFESSORES E PENSAVA: “BALELA! ISSO NÃO É PRA MIM…”.  HOJE, APESAR DE TODAS AS ADVERSIDADES QUE APARECEM, BUSCO CADA DIA MAIS MELHORAR MINHAS AULAS”. 

Eu teria muitos outros tópicos para abordar, mas acho que, com esses 5, qualquer um pode dar um pontapé inicial em sua própria reviravolta. Se serve de consolo, já fui um profissional cabisbaixo e triste com nossa realidade. Não adianta achar que vai mudar o mundo sem se transformar antes. Não veja as dificuldades de nossa profissão como barreiras. Elas existem, mas podem ser vencidas com um pouco de alegria. Inspire-se! Por quantas vezes eu lia essas coisas, essas falas de outros professores e pensava: “Balela! Isso não é pra mim…”. Pois eu afirmo com todas as letras que hoje, apesar de todas as adversidades que aparecem, busco cada dia mais melhorar minhas aulas, minha conduta e tudo o que represento para meus alunos, sua família e escolas.
Somos feitos de experiências, que dão certo ou não. E é isso que levaremos durante toda a vida. Resta a cada um escolher se quer levar as “cicatrizes” como traumas ou como consequências de batalhas vencidas. Eu, particularmente, prefiro a segunda opção. E olhe com carinho para seu maior objetivo: seu aluno! Um aluno cativado por você se torna verdadeiramente “seu” aluno. Melhor que ser temido, é ser admirado.